Resenha: Outlander - Diana Gabaldon

13 setembro 2014

Livro: Outlander – A Viajante do Tempo (#1 da série Outlander)
Autora: Diana Gabaldon
Editora: Saída de Emergência
Lançamento: Agosto/2014
Nota: 5/5 estrelas
Comprar: Submarino | Saraiva.
Em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, a enfermeira Claire Randall volta para os braços do marido, com quem desfruta uma segunda lua de mel em Inverness, nas Ilhas Britânicas. Durante a viagem, ela é atraída para um antigo círculo de pedras, no qual testemunha rituais misteriosos. Dias depois, quando resolve retornar ao local, algo inexplicável acontece: de repente se vê no ano de 1743, numa Escócia violenta e dominada por clãs guerreiros.
Tão logo percebe que foi arrastada para o passado por forças que não compreende, Claire precisa enfrentar intrigas e perigos que podem ameaçar a sua vida e partir o seu coração. Ao conhecer Jamie, um jovem guerreiro escocês, sente-se cada vez mais dividida entre a fidelidade ao marido e o desejo. Será ela capaz de resistir a uma paixão arrebatadora e regressar ao presente?

Olá, pessoas!

Todos sabem que, para uma resenhista, é muito difícil falar de seu livro favorito. Infelizmente, eu estou nesse grupo: falar de “Outlander” será uma das coisas mais difíceis que já fiz. E espero que a nossa querida Roberta não me despeje do blog por achar minha resenha ruim xD

Vamos aos fatos. Para quem não sabe, “Outlander” não é um lançamento, mas um relançamento. A editora Rocco era a detentora dos direitos de publicação dessa série e, apesar de eu gostar da editora em si, devo dizer que fez um trabalho tosco com um livro tão bom. Pra começar, a série já tinha oito livros, dos quais sete foram publicados em território nacional. Você não sabia? Não é de estranhar; não houve nenhuma publicidade a respeito, em todo o tempo em que a editora lançou a série. E, o que é pior: a Rocco achou os livros grandes, daí, resolveu dividi-los em dois volumes a partir do terceiro da série. Com isso, para ler um livro, o leitor tinha que comprar dois volumes, que não eram vendidos a preço barato. Isso sem contar as capas mal feitas, além de uma editoração que deixava a desejar.

Mas a editora Saída de Emergência deu a volta pro cima e mostrou a que veio: adquiriu os direitos da autora em território brasileiro e resolveu republicar. A caps está maravilhosa, assim como todo o trabalho gráfico. A publicidade, estupenda; e a velocidade? Já prometeram relançar o segundo volume ainda esse ano, de forma que os leitores não tenham que esperar muito.

Devo comentar que a SdE foi um tanto oportunista –  não que eu a culpe por isso. É que essa série literária teve seus direito vendidos para a televisão americana, e uma série televisiva está sendo exibida neste momento, estando em seu quarto episódio. E, sim, já temos uma segunda temporada confirmada! Infelizmente, ainda não temos previsão de ser exibida no Brasil, mas na opinião de quem está acompanhando (em inglês mesmo): a adaptação está perfeita :)

Agora, eu falei e falei e... Ainda não comentei sobre o livro em si, não é mesmo? Como eu disse no início, é muito difícil falar de algo que adoramos. Mas lá vou eu tentar!

O que mais me atrai nesse livro é sua protagonista, Claire. Ela é uma mulher forte, muito além do que estamos acostumadas hoje em dia: afinal, ela foi enfermeira durante a segunda guerra mundial, enfrentando todos os horrores aos quais os soldados eram sujeitados. Por essa experiência – que lhe deixou marcas – ela se tornou alguém que sabe apreciar o presente, e procura valorizar as peque as coisas da vida.

O plot do livro é sua viagem inexplicável ao passado. Ao invés de atuar de forma imbecil (como já vi protagonistas em outros livros agirem), Claire tenta ser racional com tudo o que se passa, procurando compreender o que lhe aconteceu. E ao perceber que não é um sonho e, sim, ela está no passado, Claire procura se adaptar à situação, enquanto planeja uma forma de voltar ao seu próprio tempo.

Eu tinha absoluta certeza de que ainda estava tendo alucinações quando ao barulho de tiros seguiu-se o aparecimento de cinco ou seis soldados ingleses, vestindo antigos casacos vermelhos e calcas na altura dos joelhos, brandindo mosquetes.
(...)
Então me ocorreu, quando um dos homens de casaco vermelho, derrubado por um escocês em disparada, levantou-se e brandiu o punho cerrado teatralmente na direção dos cavalos. É claro. Um filme! Sacudi a cabeça diante da minha própria lentidão mental. Estavam filmando alguma história, vestidos a caráter, apenas isso.
(...)
Parecia inconcebível, mas todas as evidências indicavam que eu estava em um lugar onde os costumes e a política do final do século XVIII ainda vigoravam. Eu teria imaginado que tudo não passava de algum tipo de espetáculo à fantasia, se não fossem pelos ferimentos do jovem a quem chamavam de Jamie. Aquele ferimento fora realmente provocado por algo muito semelhante a um tiro de mosquete, a julgar pelos estragos que deixara. O comportamento dos homens na cabana também não era consistente com nenhum tipo de representação teatral. Eram homens sérios e as adagas e espadas eram reais.

No meio dessa sua tentativa de adaptação, onde ela é vigiada de perto pelo clã escocês por ser considerada uma espiã inglesa, ela acaba se aproximando de Jamie. O mais interessante é justamente a forma como o “relacionamento” deles começa: por uma simples amizade.

Sim, a atração meio que já existia entre eles, mas Claire a ignora; afinal, ela é uma mulher casada e, ainda que seu marido esteja à 200 anos de distância, ela lhe prometeu ser fiel. E entre todo aquele desconforto de estar em uma sociedade com costumes que pouco conhece (ou aprova), ter um amigo escocês é bem útil.

O relacionamento deles é real. Eu adoro romances água-com-açúcar, mas muitas vezes, durante a leitura, me pergunto a probabilidade de os fatos acontecerem na vida real. Um olhar e já estar amando a pessoa, ou sentindo uma paixão absurda? Se acontece, é bem raro. Mas em “Outlander”, apesar do plot fantasia de viagem no tempo, temos a construção de um relacionamento amoroso bem feito, de forma que, ao longo da história, torcemos para que eles fiquem juntos. Lemos e pensamos que podemos ter um relacionamento como Claire e Jamie, baseado na amizade e confiança, onde o amor pode surgir com grande facilidade (principalmente se já existe a atração física).

E há, logicamente, as aventuras. E são tantas! Diana Gabaldon fez uma boa pesquisa, descrevendo bem a sociedade da época e tudo o que se passa entre as pessoas. Não podia ter escolhido cenário melhor! A Escócia que conhecemos atualmente, com sua bela paisagem, vira um lugar perigoso e cheio de ação na rixa entre os inglês e os moradores das highlands

Enfim, não sei mais o que escrever. Tenho medo de revelar muito spoiler ou cair na descrição detalhada do livro. Só espero que você, pessoa que está lendo esta resenha, tenha em mente que “Outlander” é uma obra maravilhosa e que vale a pena ser lida :)

Até a próxima! o/

Izandra.

9 comentários:

  1. Adorei a resenha! Entendo bem como é amar um livro e as palavras simplesmente "fugirem" hahaha eu assisto a série e estou louca por esse livro ♥
    Não fazia nem ideia de que a Rocco tinha lançado :O
    Enfim, bom trabalho! Esperarei o lançamento e resenha do 2º volume.
    Beijos, Anna Clara.
    P.S. Não sei se mandei 2 comentários, porque estava deslogada :( ahahaha

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  2. Sim, resenhar um livro que gostamos é muito difícil, e essa resenha sair boa é quase impossível, haha! Sorte sua que a sua ficou boa. Amei a resenha, e quero muito comprar esse livro. E fiquei surpresa pelas informações que você trouxe sobre a série.

    The Lord of Thrones

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  3. Eu fiquei empolgada com a leitura quando li que a moça havia voltado no tempo. Ai vi a quantidade de livros que a saga tem e que os livros costumam ser grossos... Meio que precisarei de muita força de vontade para lê-los. Sabe quando sagas longas só decepcionam? Estou assim. E com trauma de dar chance à novas sagas.
    Enfim, a resenha está maravilhosa; duvido que alguém irá puxar sua orelha por causa dela. A~S]DÇF]A~SÇDLF~]DASÇ

    http://ternatormenta.blogspot.com.br/

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  4. Oi Ro tudo bem? confesso que o tamanho do livro me intimida, mas ainda é uma leitura que quero fazer, mas não agora, prefiro ficar por enquanto com a série!

    Beijos Joi Cardoso
    Estante Diagonal

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  5. Outlander é simplesmente o livro mais perfeito que eu já li. Sério, quando eu comprei o livro, todas as minhas expectativas foram superadas. A autora tem uma narrativa perfeita e a maneira como o enredo se desenvolve, você se sente no meio da história. E o Jamie, como não amar Jamie.

    http://www.laoliphant.com.br/

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  6. Hello, Iza! Tenho certeza que a Roberta não irá te despachar do blog por causa dessa resenha porquê foi uma bela resenha! Falou sobre coisas que envolvem esse livro e finalmente expressou seu amor pelo livro que é infinitamente persuasivo para atrair novos leitores a série/livro/saga falada. Parabéns

    http://gabryelfellipeealgo.blogspot.com.br/

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  7. Vi algumas vezes esse livro no Skoob e ficava admirando a capa do livro, afinal, ela é MUITO linda. Que bom saber que a historia seja tão boa quanto a capa.

    http://os-jovens-leitores.blogspot.com.br/

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  8. Eu tinha ouvido falar desse livro, mas não com tanta paixão assim! e nõ sabia que tinha oito volumes, NEM que tinha seriado!! <3 Obrigado por me mostra, hahaha, com certeza irei ler e ver a adaptação <3
    whoosthatgirrl.blogspot.com

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  9. Eu sou uma das pessoas que não fazia a menor ideia que esse livro existia antes da série. Quando comecei a ver, fiquei simplesmente apaixonada e corri atrás para ficar por dentro. Tenho o primeiro livro pela Saída já, que realmente, fez um trabalho muito bom na capa e está divulgando em peso. To louca pra ler e espero amar também!!

    Bjs, @dnisin
    www.seja-cult.com

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