Resenha: Half Bad - Sally Green

03 outubro 2014


Título: Half Bad
Autora: Sally Green
Editora: Intrínseca
Lançamento: julho/2014
Nota: 5/5 estrelas

Nathan é filho de uma bruxa da Luz com o mais poderoso e cruel bruxo das Sombras. O adolescente vive com a avó e os meios-irmãos e é visto como uma aberração por seus pares. O Conselho dos Bruxos da Luz vê nele uma ameaça, que precisa ser domada ou exterminada. Prestes a completar dezessete anos – época em que todos os bruxos passam por uma cerimônia em que seu dom é finalmente revelado, bem como sua denominação como bruxo da Luz ou das Sombras –, agora Nathan terá que correr contra o tempo para achar o pai, que jamais teve oportunidade de conhecer, e salvar a própria pele.

Olá pessoas!

Cá estou eu com a resenha de um livro espetacular. Vamos às informações preliminares: “Half Bad” é um livro tão bom que seus direitos de tradução foram vendidos para 36 línguas diferentes (informação da Wikipedia) antes mesmo de ser publicado! Entrou até para o Guinness Record por conta desse feito. E, obviamente, com todo esse sucesso, já temos um filme sendo produzido :P

Pela sinopse, pode-se lembrar de “Dezesseis Luas”, da Kami Garcia, mas garanto que é bem diferente. Na verdade, não indico esse livro para pessoas de estômago fraco, pois ele é tão ou mais pesado do que “Jogos Vorazes”. Tenham isso em mente antes de lê-lo; eu, particularmente, prefiro romances fantásticos envolvido de aventura, e esse livro não é nada disso. Mas isso não tira seus méritos nem a escrita espetacular da Sally Green, que motivaram as 5 estrelas (e não minha preferência pessoal).

A escrita de Sally é bem diferente, possível de se notar logo na primeira página. Ela mescla a narração de primeira pessoa com terceira pessoa, causando um efeito interessante e que não é possível de ser feito por amadores, sobre pena de sair um fiasco. Mas em seu livro, funciona muito bem!

“Half Bad” é bem dark, e acho difícil definir um gênero para ele, assim como uma faixa etária. Tendo maturidade, qualquer idade serve; já do gênero, ele é definido de fantasia por ter bruxos no meio, mas sua ideia central passa bem longe disso.

O “dark” pode ser difícil de entender para um livro, mas vou tentar explicar. Por exemplo, é fácil imaginar um filme dark, não? Pegue “Anjos da Noite”: visual escuro, personagens sombrios, cenas de ação rápidas e com muitas sombras. Mas já tentou imaginar um livro assim? Difícil, não? Pois é, porque é quase impossível passar essa sensação de obscuro em uma obra literária. O resultado mais comum, quando se tenta, é a sensação depressiva ao final.

Mas “Half Bad“ não é depressivo, assim como não é um filme (mas vai ser – e como será fácil transformá-lo!). E, no entanto, ao lê-lo você se sente em um mundo sombrio, com personagens sombrios. Você mergulha no pensamento de Nathan e como ele vê o mundo à sua volta, quase como se visse tudo com sombras. Não sei se me fiz explicar mas, se um dia você ler esse livro, talvez entenda o que eu quis dizer ^^'

– Você sabe a diferença entre bruxos das Sombras e bruxos da Luz, Nathan?
Não respondo. Espero pelo habitual argumento 'bem versus mal'.
– É uma pergunta interessante, não é? Uma coisa que sempre me fez pensar. – Ele olha para as unhas e depois para mim. – Bruxos da Luz usam seus dons para o bem. E é assim que você pode provar que é da Luz, Nathan. Use seu dom para o bem. Trabalhe com o Conselho, com os caçadores. Bruxos da Luz do mundo inteiro. Ajude-nos e... – Ele se recosta na cadeira – A vida vai ser muito mais fácil para você. – Seus olhos parecem emitir um brilho prateado quando diz: – E mais longa, também.”

A autora construiu o livro de uma forma em que é difícil gostar dos Bruxos da Luz. Eles tem um Conselho, que comanda essa sociedade, mas de bons eles não tem nada. Acredito que a intenção da autora foi exatamente essa: mostrar que não existe o “bem” e o “mal”, mas que mesmo os declaradamente bonzinhos na verdade fazem maldades no intuito de manter suas crenças. E isso, leitoras, está na raiz da sociedade humana: basta ver as Cruzadas da Igreja Católica, por exemplo.

Nathan, nosso personagem principal, é um rapaz de dar pena. O coitado meio que só se ferra o livro inteiro, faz algumas escolhas ruins e em alguns momentos perde o controle sobre si mesmo. Mas até isso a autora construiu bem; não sentimos raiva dele por agir estupidamente nem nada do tipo, porque conseguimos compreender bem o personagem ao longo do livro.

E ele é bem construído; começamos com Nathan preso em uma jaula, e não conseguimos parar de ler até descobrir o motivo. Depois, não paramos de ler até saber o que acontece depois. Devo dizer que eu sou uma monstrinha comedora de livros, e não passo pelo que os leitores mortais passam ao levar dias em uma leitura. No máximo, eu dou pausas durante, geralmente pelo livro estar chato. ”Half Bad” eu li sem parar para comer e mal respirei durante a leitura; em quatro horas já havia fechado o livro, pois não conseguia me forçar a parar! E, acreditem, é difícil um livro me prender assim. Muitas vezes, continuo a ler um por puro tédio, ou pela preguiça de fazer outra coisa xD

Enfim, não sou de encher de elogios leituras que não merecem, muito menos por ser o “livro da vez” nas prateleiras de livrarias. Mas “Half Bad” merece, sim, todos os elogios. E repito minha advertência inicial: pessoas de estômago fraco não irão gostar. Se você é uma pessoa que só curte romances mais superficiais, definitivamente não verá graça nesse livro, porque ele é pesado e mais profundo do que aparenta ser. E, ainda assim, incrivelmente bom!

A única má notícia: esse é o primeiro livro de uma série, e o segundo, “Half Wild”, está previsto para ser lançado em março de 2015, em inglês. Se seguirmos mais ou menos o calendário da editora Intrínseca com esse primeiro – que foi lançado em março em inglês, e em julho aqui –, podemos esperar o segundo volume para o segundo semestre do ano que vem -.-'

Até a próxima! o/


Izandra

12 comentários:

  1. Esse livro parece tão bom! Adorei a resenha, você citou coisas importantes que quase nenhuma resenha citou. Nenhuma que eu conhecia até então.

    The Lord of Thrones

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  2. curti muito o livro beijos
    livro-azul.blogspot.com.br
    ja estou seguindo :)

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  3. Um livro mais pesado, desse tipo que tô querendo ler ♥
    Gostei da resenha, eu tinha visto o livro e a capa me chamou a atenção. Gostei da resenha, parece valer a pena lê-lo *u*
    ━━━━━━ •✺• Like a Rock Like a Roll •✺• ━━━━━━

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  4. Olá Izandra!
    Adorei sua resenha e mega me identifiquei com a leitura. Não conhecia nem a história e nem o autor e fiquei com muita vontade de ler. Já está aqui anotado na minha listinha de desejados...!

    Beijos
    http://estantedafer.blogspot.com.br

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  5. Meu deus, se a sua intenção era deixar nós leitores mortos de curiosidade, eu tô enterrada já! Hahahah. Confesso que nem tinha me interessado muito por esse livro quando o vi pela primeira vez, mas parece ter uma história super envolvente, que você não consegue largar até descobrir no que tudo vai dar. Também não sou muito fã de livros pesados, mas se vale a pena, não tem porque não topar!

    xx Carol
    http://caverna-literaria.blogspot.com.br/
    Tem resenha nova de "Asylum" no blog, vem conferir!

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  6. Oi Izandra, ou Roberta, como vão?
    Adorei a resenha! Conhecia esse livro apenas de capa, e tinha uma imagem completamente diferente dele. Aliás isso de impressões é muito engraçado: a capa me deu uma ideia sobre ele, a sinopse outra, e sua renha uma terceira ideia! KKK. Fiquei muito curiosa para ler, tanto para conhecer a narrativa da autora, quanto para formar uma ideia definitiva sobre o livro, hehe.

    Um abraço,
    http://obsessivejerk.blogspot.com.br/

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  7. Oi Roberta! =D
    Achei muito interessante, esse livro, não conhecia e vai virar filme, então deve ser ótimo msm!
    Realmente a sinopse me lembrou Dezesseis luas, rs. E fiquei curiosa pra conferir o estilo dark, haha.
    Beijos
    http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com
    // tem sorteio rolando: 9 livros, 3 ganhadores! até 26/10 //

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  8. Oii, tudo bem?
    Eu adorei a premissa desse livro, achei bem diferente. E acho legal a autora tentar mostrar que não existe bem e mal, todos nos temos luz e trevas dentro de nos.

    http://fonte-da-leitura.blogspot.com.br/

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  9. Oiii Ro. Tudo bem? que resenha foi essa? Fiquei louca pelo livro. é difícil falar quando amamos muito um livro não é? Mas voce se saiu muito bem. Parabéns!
    Gostei da premissa de bons não serem tão bons assim.
    beijooos
    http://profissao-escritor.blogspot.com.br/

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  10. Oiee

    Falou em livro que não consegue parar de ler e que ele é triste já me chama atenção quase sai correndo para comprar pena que tem mais livros ai isso me freou mas caracas que vontade que deu de ler rssrr

    Beijos

    www.livrosechocolatequente.com.br

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  11. Olá =)

    Adorei conhecer mais sobre este livro. Desde que lançou fiquei super curiosa para ler, mas como é parte de uma série, e a editora anda falhando com séries, eu meio que fiquei com um pé atrás. Mas acho que darei uma chance, ainda mais depois desta resenha cheia de elogios, onde elucidou bem todos os pontos do livro =)

    Adorei a dica =)

    Beijos,
    Livy
    No Mundo dos Livros

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  12. Oiee

    Não resisti e comprei o livro vou ler esse fim de semana sua resenhe me deixou muito curiosa rsrs

    Beijos

    www.livrosechocolatequente.com.br

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