Resenha: Quero ser Beth Levitt - Samanta Holtz

14 janeiro 2015

Título: Quero ser Beth Levitt
Autora: Samanta Holtz
Editora: Novo Século
Lançamento: 2013
Nota: 4/5 estrelas

Amelie Wood perdeu os pais aos doze anos e, desde então, vive em um abrigo de meninas. Com a chegada do seu décimo oitavo aniversário, ela vive agora o temido e esperado momento de deixar o lugar que a acolheu por toda a adolescência para enfrentar o mundo em busca dos seus sonhos. Seu bem mais precioso é o velho exemplar do romance que sua mãe lia para ela, na infância. “Doce Acaso” contava a história de Beth Levitt, uma jovem que, como ela, amava o balé e tinha a vida transformada ao conhecer o príncipe Edward. Amie suspira ao reler incansavelmente aquelas páginas, imaginando quando o príncipe da vida real baterá em sua porta... Por isso, ao soprar as velas, não tem dúvida quanto ao seu pedido: “Quero ser Beth Levitt!”. Através de grandes coincidências e uma trajetória que ela jamais imaginaria, Amie se vê, de repente, no fascinante mundo do cinema, cara a cara com o príncipe mais lindo que sonharia encontrar e lutando para se esquivar da maldade de muita gente invejosa, contando, para isso, com sua melhor arma: um coração puro.


Olá pessoas!

Minha primeira resenha do ano é de um livro nacional cuja a capa me chamou a atenção, e não resisti em ler. Não me arrependo, mas tenho algumas críticas.

Vejam bem, “Quero ser Beth Levitt” é um daqueles romances que deveriam ser atemporais, mas devido ao mundo cinematográfico apresentado, teve que ser situado em alguma época. Essa é minha primeira crítica: a falta de informação temporal e geográfica do livro. Começamos lendo sobre a Amie, de como ela se tornou órfã e foi parar no abrigo, mas não sabemos em que local se passa, ou em que época.

Bastava uma informação simples antes do texto, tipo “Estados Unidos, 1930” ou algo assim. Mas não sabemos e, já com a leitura mais avançada, nos deparamos com termos como internet, celular e outras coisas que indicam se passar no momento atual. O que fica bem difícil de acreditar, pois a leitura até ali nos fazia imaginar uma época mais antiga; a Amie é extremamente ingênua e pura, e não dá pra engolir que isso exista até hoje.

E não digo que a Amie seja assim somente em relação às pessoas, mas aparentemente, a tudo: ela vai procurar um emprego (já está com dezoito anos), mas não faz ideia do que seja um currículo. Sério que nunca ouviu falar no colégio, ou da diretora do abrigo, ou mesmo da advogada que a guiou quando atingiu a maioridade...? Tem certas coisas que foram difíceis de engolir.

Mas, se vocês ignorarem esses pequenos fatos, terão uma leitura muito gostosa. O livro é bom, e fora a coerência duvidosa da personagem principal, a autora escreve muito bem. Lá pro meio eu já havia esquecido todas essas críticas que mencionei, de tão envolvida que estava com a história: a Amie já estava gravando o filme, voltando para a dança que tanto amava, se envolvendo com o ator mega hot Chris Martin.

É um livro que trata de sonhos impossíveis, mas que, com um coração puro, podem ser alcançados. Ok, sou extremamente cética com essas premissas, mas há quem acredite, e não vou criticar as pessoas por isso. Eu tenho minha opinião, e, por mim, sonhos são alcançados com muito esforço e um pouco de sorte do universo (ou Deus, ou o que quer que você acredite).

Temos um certo mistério ocorrendo no livro, que acaba por nos deixar curiosas na leitura. A resolução dele não me satisfez muito, e achei que a autora forçou um pouquinho a barra no final, com uma situação antiga sendo trazida à tona.

Mas nada disso me convenceu a não dar ao menos quatro estrelas pois, como mencionei, o livro é bom, só tem detalhes que me incomodam – e que sei que não incomodam todos os leitores.

Fica a indicação :)

Até logo!

Izandra.


24 comentários:

  1. Olá; o título desse livro chama minha atenção, gostei da sua resenha e fiquei curiosa para ler.

    petalasdeliberdade.blogspot.com

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    1. Leia sim, Mari! O livro é bom; eu que sou "reclamona" rsrs

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  2. Oie!
    Com certeza a capa chama muito a atenção mesmo. Amei sua resenha, e, como você disse, apesar dos pequenos problemas, deve ser um livro bom. Ótima resenha!
    Beijos, Carol
    Girl from Oz

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    1. Não deixe de ler, Carol! O livro é bom, eu que sou chata rs

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  3. Sabe que eu me irrito quando os autores sismam em localizar uma história no passado e não fazem isso direito. Era melhor situar no presente! Eu também sou um tanto cética em relação a corações puros e conquista de sonhos impossíveis, costumo dizer sempre: "se você confiar em si mesma e acreditar nos seus sonhos e seguir a sua estrela, ainda assim vai ser derrotada por pessoas que gastaram
    o tempo delas dando duro, aprendendo coisas e que não foram tão preguiçosas."

    Mas, pelo jeito "Quero ser Beth Levitt" é um livro leve para ser lido deixando o senso critico de lada só para curtir néh?!?! Ficou a dica, quem sabe um dia!

    Pandora
    O que tem na nossa estante

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    1. Oi Pandora!
      Não foi nem localização temporal, porque com o avanço da leitura, deu pra entender que a história se passava no presente. Só que a personalidade da Amie é tão diferente - e rara nos dias atuais -, que começamos achando que se passa no passado, e depois tomamos um balde de água fria ao ver que é no presente rs
      Pessoas como você e eu - céticas por natureza - demoram a compreender esse tipo de coisa, sabe? Por isso fiz a ressalva no final de que sei que as coisas que me incomodaram nesse livro não incomodam outros leitores ^^'

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  4. Oi Izandra!
    Eu estou bem curiosa sobre esse livro, já li algumas resenha falando super bem e como não resisto a um romance fofinho quero ler logo. Espero que esse deslize da autora quanto a localização não me incomode...
    Bjs
    sobrelivrosesonhos.blogspot.com.br

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    1. Oi Evelise!
      "fofinho" é uma boa definição! A relação da Amie com o Cris é de fazer vomitar arco-íris rsrs
      Se você não for do tipo cético como eu, pode nem notar tudo que apontei; foram coisas que me incomodam porque nao consegui "engolir" a Amie, sendo tão pura na época atual. Tenho esperança que exista, mas mesmo assim foi difícil de lidar rs

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  5. Olá, querida Izandra!!

    Que lindo saber que "Quero Ser Beth Levitt" foi o primeiro livro resenhado em 2015 <3 <3 <3 Adorei saber sua opinião sobre a história!!

    Sobre a questão de localização e atemporalidade, na verdade, talvez tenha passado despercebido na leitura, mas a localização geográfica é explicada e repetida um certo número de vezes, ao longo da história :) Amie mora em Lady Lake (Flórida) e, diversas vezes, refere-se à pequena cidade, especialmente quando relembra o abrigo, ou quando o foco da narrativa volta para lá. Também me recordo de ter reservado alguns momentos em que ela descreve a pacata cidade (conforme pesquisei antes de incluir a cidade em meu livro!!). Leesburg é cidade vizinha, do mesmo estado, e Actown fica em Saint Paul, Minnesota - todos locais reais nos EUA!

    Não estou questionando sua crítica, de forma alguma :) É que, até hoje, nunca haviam questionado a respeito disso, apenas quis explicar qual foi meu cuidado em inserir essas informações. Mas talvez, para seu estilo de leitura, não tenha sido claramente explicado! Cada leitor tem uma experiência, o que é super compreensível! ^^

    A temporalidade, também deixei exatamente por conta do que você mencionou: a internet, o tipo de uso dos celulares (que ainda não eram smartphones) e outros detalhes, para que o leitor se situasse. Eu, em particular, fico um pouco entediada quando o autor para tudo para "dar uma aula" sobre a época e local em que tudo se passa, por isso que tento fazer isso com leveza aos leitores rs... mas foi uma opção minha, e é claro que agradaria mais a uns e menos a outros :)

    E Amie... ahhh, é realmente difícil acreditar que existam pessoas como ela no mundo de hoje! Mas, acredite, querida: eu já tive a felicidade de conhecer pessoas como ela. E tenho certeza de que você também terá essa alegria ^^

    Beijos no coração!! E muito obrigada pela resenha e por expor seus sentimentos e opinião sobre meu livro <3

    Sam

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    1. Oi Samanta!

      Primeiro de tudo, fiquei muito feliz com sua resposta! Respeito e admiro autores que acompanham as resenhas de seus livros, dando atenção personalizada a seus leitores :3

      Sobre a crítica da localização, não foi em relação micro, mas macro; você citou Lady Lake e outras cidades, mas em nenhum momento citou "Estados Unidos". Pelo nome inglês, poderia se passar no Reino Unido, Canadá, Austrália... Enfim, em dezenas de países com culturas diversas! rs
      Por isso fiquei um tanto perdida de onde se passava, pois já li livros que criavam uma cidade mas não a situavam em local nenhum, como se fosse à parte (a exemplo, "Lost Boys" da Lilian Carmine, também autora brasileira).
      Espero que não tenha entendido mal minhas críticas. Eu realmente gostei do livro, ou não teria dado boa nota; quem acompanha minhas resenhas aqui no blog sabe que posso ser "reclamona", mas nunca "puxa-saco"; não elogio e não indico livros que não tiveram nada de bom (já teve casos que nem a escrita salvou...).
      E seu outro livro, "pássaro", já está na minha lista de leitura :)

      Beijinhos!

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    2. Sobre a temporalidade, sou só do tipo que prefere os fatos no início, como mencionei: uma frase no primeiro capítulo teria resolvido minhas dúvidas e me situado melhor porque, convenhamos, a Amie é fora de série! rs
      Não duvido que existam pessoas como ela, mas é cada vez mais raro hoje em dia. Morando em uma grande cidade, então, duvido que eu vá conhecer alguém assim (o que é uma pena) T__T
      Mas a crítica foi a junção da personalidade + temporalidade; sem ter situado o tempo no início, e vendo só pela personalidade rara da Amie,eu tomei um balde de água fria ao ver que se passava nos dias atuais, pois a leitura estava me criando a expectativa de algo mais de "época" rs
      Fora isso, foi como eu disse: acabei esquecendo tudo na medida em que avançava a leitura, e torcia pela Amie e Cris ;)

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    3. Querida,

      Obrigada pela resposta e pelas palavras carinhosas! <3 Imagine, claro que entendi suas críticas e acho ótimo quando os leitores são tão transparentes e sinceros tanto ao que gostaram quanto ao que os incomodou, pois é isso que me ajudará a escrever livros cada vez melhores para vocês :)

      Eu vi, sim, que você gostou da história! ^^ Não precisa se preocupar, eu entendi totalmente suas colocações e, como disse, em momento algum eu questionei, apenas quis explicar a forma como tentei contornar esses pontos :) Mas você tem razão, eu poderia sim ter sido mais específica!! Na localização, acho que a única "pista" que eu dou sobre o país é quando menciono o estado da Flórida, mas acho que é mesmo bom sermos mais diretos ao posicionar o leitor :)

      hehehe acho que você vai gostar mais desse ponto em O Pássaro, então... pois, antes de começar a história, tem uma página explicando o local, ano e como eram os costumes daquela época rs rs!!!

      Beijos no coração!!! E, de novo, obrigada pela ótima resenha :D

      :******

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    4. PS: Esqueci de comentar, mas é verdade... morando em cidades grandes, é mais difícil encontrar pessoas como a Amie, hoje em dia :( Todos estão tão centrados em si mesmos e descrentes de tudo que o mundo tem a oferecer de bom (por auto-defesa) que realmente fica parecendo que Amie "não existiria" nos dias de hoje!

      Talvez por eu morar em cidade pequena, isso tenha ajudado a construir a personagem :)

      Beijos, querida!!

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  6. Oiee

    Acho a capa deste livro muito linda, já tive vontade de ler este livro mas hoje não o leria quem sabe ainda este ano um pouco mais pra frente.

    Beijos

    www.livrosechocolatequente.com.br

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  7. Gente, como eu tenho vontade de ler esse livro. Já li tantas resenhas boas dele, e eu tenho uma amiga que sempre me indica esse livro. Tá na minha lista há muito tempo, mas nunca acho pra comprar.

    http://laoliphant.com.br/

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  8. Sempre tive curiosidade para ler a obra dessa autora, em especial essa que tem uma premissa extremamente interessante, ainda não tenho oportunidade, mas curiosidade não falta.

    memorias-de-leitura.blogspot.com

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  9. Oi Izandra!
    Muito interessante o seu ponto de vista da história. Agora quero compartilhar uma informação com você que obtive no final do ano passado. Normalmente, pessoas que vivem em orfanato ou casas desse tipo não tem contato com o mundo exterior e muitas coisas não lhe são explicadas. Só sei disso pq uma colega de trabalho adotou dois irmãos e me contou coisas que eles não sabiam que me deixaram chocada. Isso pq não tiveram informação e nem acompanhamento dos pais. Mas claro, eles são crianças de 8 a 11 anos. E na história ela já tem 18 né? Pelo menos acredito que deficiências de conhecimento e educação deveriam fazer parte do universo da personagem...
    Não li esse livro e fiquei interessada. Vamos ver se acho pra comprar depois.^^
    Bjos

    http://kelenvasconcelos.blogspot.com.br/

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  10. Oii Iza, tudo bem??? Sério, nem sabia que o livro era nacional. Que legal né? Gostei do livro só por ser nacional =D
    Mas tem coisinhas que n me agradaram já logo de cara, hahahha (também sou reclamona, kkkk)
    Um que o livro n se passa no Brasil. Sim, eu sei. Não é só pq somos autores brasileiros que precisamos escrever sobre o Brasil. Mas que eu amo livros situados no meu país, isso eu amo <3
    Segundo, que também n tenho muita paciência para personagens muito bonzinhos e de coração tão puro. Quem é que não tem defeitos?
    E depois o final. Tenho problemas com finais apressados e sem explicações.
    Mas duas coisas me atrairam. Ballet <3 Eu dancei ballet clássico por 10 anos, então acho que eu ia gostar dessa parte. Embora, também iria criticar muito se as coisas n fossem como tal.
    E também gostei da autora ter vindo falar com você. Admiro autor que faz isso. Apesar de ter achado que ela se estendeu muito no assunto, mas como diz uma amiga minha, nossos livros são nossos filhos e nós gostamos de defendê-los, ahhahah.
    Ahhh, sem falar que essa capa é linda né?
    Eu não sei se leria, mas quem sabe???
    Beijoooooos
    http://profissao-escritor.blogspot.com.br/

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  11. É... meio que as vezes não basta só ter um coração puro né haha e eu já não tinha muito interesse no livro, e acredito que mesmo a premissa sendo boa, isso da personagem ser toda ingênua e de ser utilizado termos de épocas diferentes acaba tirando um pouco do encanto ;s

    xx Carol
    http://caverna-literaria.blogspot.com.br
    Tem post novo sobre séries no blog, vem ver!

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  12. Olá, Izandra1 Tudo bem?
    Não conhecia o seu blog, mas adorei as considerações que você levantou na sua resenha e as suas opiniões também, já mostra que tem personalidade e que será um prazer te acompanhar daqui para frente! Sobre o livro, não é a melhor leitura para mim no momento, estou dando um gelo nos romances rs Beijos!

    www.bibliophiliarium.com

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  13. Olá Izandra, tudo bem?
    Particularmente, tenho muita vontade ler esse livro e, confesso, não sabia que era de um autora nacional.
    Não costumo me dar muito bem com falta de localização geográfica/temporal, sempre me incomoda e eu fico procurando uma pista que quase nunca acho.
    Gostei muito de sua resenha, sua opinião ficou muito clara e me deixou com um 'pé atrás' para ler esse livro... mas vou dar uma chance.
    Beijos
    http://mileumdiasparaler.blogspot.com.br/

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  14. Oi Izandra

    Fiquei com vontade de lê-lo. Parece ser aqueles livros bem fofinhos ! Ótimo pra ler em um final de semana já que é um livro leve :)

    http://werenotbestsellers.blogspot.com.br/

    Bjs

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