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Resenha: A Joia - Amy Ewing

29 janeiro 2015

Título: A Joia (#1 de Cidade Solitária)
Autora: Amy Ewing
Editora: Leya (selo Fantasy)
Lançamento: janeiro/2015
Nota: 5/5 estrelas
Viver com a realeza pode não ser tão nobre e glamuroso quanto parece...
Joias significam riqueza, são sinônimos de encanto. A Joia é a própria realeza. Para garotas como Violet, no entanto, a Joia quer dizer uma vida de servidão.
Violet nasceu e cresceu no Pântano, um dos cinco círculos da Cidade Solitária. Por ser fértil, Violet é especial, tendo sido separada de sua família ainda criança para ser treinada durante anos a fim de servir aos membros da realeza.
Agora, aos dezesseis anos, ela finalmente partirá para a Joia, onde iniciará sua vida como substituta. Mas aos poucos, Violet descobrirá a crueldade por trás de toda a beleza reluzente... E terá que lutar por sua própria sobrevivência.
Quando uma improvável amizade oferece a Violet uma saída que ela jamais achou ser possível, ela irá se agarrar à esperança de uma vida melhor. Mas uma linda e intensa paixão pode colocar tudo em risco...


Olá pessoas!

Trago hoje a resenha de um livro polêmico que me deixou com a cabeça pirada, mas que aconselho vocês a não lerem; ao menos, até a autora lançar o segundo livro, que só está prometido para outubro deste ano. Some o prazo para lançamento em território brasileiro, e vocês terão uma síncope causada pela ansiedade, como eu estou tendo no momento!

É uma obra “polêmica” porque só existem leitores em duas categorias: os que amam e os que odeiam. Dentre os que tiveram uma péssima impressão, indico o Parafraseando Livros, cujas resenhas feitas pela Samara têm o meu completo respeito (e, no geral, temos gostos parecidos, embora nesse caso tenhamos tido o oposto rs).

Eu havia prometido a mim mesma que não leria mais séries que ainda estão sendo escritas. Não digo nem pelo tempo de lançarem no Brasil – leio em inglês mesmo –, mas pelo autor ainda não ter escrito. Fico nessa espera maldita, sempre lembrando do livro com o passar dos meses, pensando no que acontecerá... E 99% das vezes (o 1% de exceção foi o Rick Riordan), eu me decepciono com a continuação. Parece que o autor não aguentou a pressão e não conseguiu fazer uma boa sequência, sabe? Senti isso com “A escolha”, da Kiera Cass, “Toda sua”, da Sylvia Day, “Divergente”, da Veronica Roth... Enfim, tem uma lista de livros que esperei ansiosa pela continuação e quebrei a cara -.-'

Mas estou divagando. Vamos voltar ao foco: “A Joia”, da Amy Ewing, é um mother-fucking de estourar a cabeça. O livro é uma distopia escrita em primeira pessoa, sob o ponto de vista de Violet, nossa protagonista. Infelizmente não tem troca de POVs, o que é uma pena, mas não tira os méritos da obra.

A autora construiu uma sociedade interessante, onde as mulheres parecem ser o centro de tudo. Vi algo parecido em “Joia Negra” da Anne Bishop, mas enquanto esse segundo era realmente pesado, em “A Joia” as coisas são mais leves – aparentemente. Criou também um traquejo social na realeza digno de George Martin em “A Guerra dos Tronos”. Estou usando muitas referências? Está difícil me concentrar em escrever essa resenha, confesso; mas se deixasse para depois, poderia deixar de apontar coisas que considero importantes.

A personalidade de Violet, por exemplo. Ela é muito forte e determinada, e na maior parte do livro eu esquecia que ela tinha apenas dezesseis anos. Daí, quando ela fazia alguma cagada-master, eu precisava me lembrar que “ei! Ela tem só dezesseis anos, faz parte!”.

E a autora soube construir isso muito bem: as dúvidas e indecisões de Violet, a forma dela de agir.... Tudo foi muito coerente. Até mesmo a liberação das informações essenciais da história foi extremamente importante para a ordem em que as cenas ocorriam, o que deixou o final espetacular (do tipo que, inicialmente, não se previa até saber de determinado fato) e me deixou me remoendo para ler a continuação – ainda não escrita pela autora, repito.


Temos personagens incríveis, como Lucien, a “dama de companhia” da Eleitora (que é a, digamos, a rainha), e Annabelle, uma garotinha muda que é a dama de companhia de Violet. Temos a Duquesa dos Lagos, “dona” de Violet; Raven, melhor amiga de Violet e que também é uma substituta; e temos Ash, o garanhão da parada que arremata sem aviso o coração de Violet. Todos são incríveis, e todos são muito bem apresentados no decorrer do livro, fazendo difícil que os leitores não se afeiçoem a eles.

Mas nada é perfeito; apesar de eu ter dado a maior nota ao livro, tenho críticas a fazer (como sempre). Teve fios soltos – muitos. Daí a esperança de que, em uma continuação, essas informações faltantes sejam acertadas. Mas já avisei no início que perdi a esperança quanto à continuações, não? Pois é. Para dar um exemplo, é bem explicado no livro o motivo de existirem as substitutas – garotas que vão carregar e parir os filhos das mulheres de sangue real –, mas não explica porque não existe nada parecido com os homens, ou se sequer foi tentado. Achei um machismo digno de idade média, onde se culpava a mulher por não engravidar, quando muitas das vezes, a culpa estava na genética masculina... E dado ao arcabouço médico que a autora criou na sociedade do livro, esperava, ao menos, uma explicação de que tentativas e análises haviam sido feitas. Mas enfim...

Tenho a impressão de que não disse nada na resenha, então, me desculpem. Mas com um livro como esse, fica realmente difícil me expressar de forma coerente. O que posso fazer é indicar a leitura e, se o fizerem antes de outubro, saibam que vão ter a mesma ansiedade bizarra que estou tendo no momento, na espera da continuação ;)

Até logo! o/

Izandra.


Resenha: Dublin Street - Samantha Young

25 agosto 2014

Livro: Dublin Street
Autora: Samantha Young
Editora: Leya (selo Quinta Essência)
Ano de lançamento: 2014
Nota: 3,5/5
Traumatizada pelo seu trágico passado, a americana Joss muda-se para a Escócia, na romântica Edimburgo, onde espera começar uma nova vida. Durante quatro anos tenta negar memórias dolorosas, refugiando-se na escrita, no sonho de um dia, finalmente, pôr os seus fantasmas no papel. Mas de repente tudo muda. Quando vai morar em um luxuoso apartamento na Dublin Street, conhece o desconcertante Braden, um carismático milionário que exerce sobre ela um irresistível fascínio. Joss se vê numa encruzilhada. Sabe que a atração entre ambos é imediata, avassaladora. Mas os demônios do seu passado a impedem de se entregar ao sensual escocês. É então que ele lhe propõe um estranho acordo, que lhes permitirá explorar a atração entre eles sem se envolverem emocionalmente. Joss aceita. E no início acredita, inocentemente, que o acordo vai dar certo. Mas Braden quer mais, muito mais, quer tudo. Quer desvendar todos os seus segredos – e está disposto a mudar o que for preciso para tê-la por inteiro. Mas será que ela está disposta a ir até o fim?

Olá, pessoas! Trago para vocês mais uma resenha, desta vez, de um romance puro. Sabe aqueles “romances de banca”, publicados pela editora Harlequin? Pois bem, “Dublin Street” não perde para eles; na verdade, pude perceber que a grande jogada a Leya com o selo Quinta Essência foi justamente publicar esse tipo de romance, só que mais “enfeitado”, com ares de livro sério, por assim dizer.
O grande diferencial de Dublin Street é que sua personagem principal, Jocelyn (ou Joss, como prefere ser chamada) possui síndrome do pânico, que acompanhamos durante toda a leitura. Para quem não conhece nada à respeito desta condição médica, acabamos entendendo muito bem como uma pessoa se sente ao ter um ataque desta síndrome.

“Senti um aperto bem forte no peito e tropecei na esteira, o mundo ao meu redor voltando, mas num pulsar de cores e barulhos que não fazia sentido. Meu sangue estava martelando nos meus ouvidos; meu batimento cardíaco subira tão rápido que eu lutava para respirar. A dor inflamou meu joelho, embora eu mal estivesse consciente disso, ou das mãos fortes que me ajudavam a ficar de pé em solo firme.
– Concentre-se na sua respiração – uma voz suave em meu ouvido me orientou.
Segui a voz e flutuei através do pânico, tomando o controle da minha respiração.”

É bem interessante ver a busca dela por um tratamento – visitando uma terapeuta –, e acompanhar as sessões. Aqui, em específico, acho que a editora perdeu pontos na editoração; isso porque as conversas de Joss com sua terapeuta ocorrem no meio de ações do seu dia e, sem nenhum espaçamento diferente, ou marcador, acabamos confundindo o que está acontecendo, sem saber onde termina uma cena e começa outra. Se a Leya escolheu manter a editoração americana – que não sei se colocou espaçamento – ou se fez por escolha própria, não sei dizer. De toda forma, a sacada da autora, de colocar as sessões entre as cenas, foi muito inteligente – só mal separada.

Não vou dizer que amei o livro, mas também não o detestei. Só diria que esperava mais. Entendam, a Joss é apresentada como uma mulher independente, solitária, marcada por muitos traumas e que comanda sua própria vida. Na primeira metade do livro ela é retratada exatamente assim, sua personagem tendo sido construída de forma coerente. Mas na segunda metade... Bem, Braden surge logo no início, mas o envolvimento real só acontece depois de uns bons capítulos. Temos a “paixão à primeira vista” dos dois que mantém o enredo em movimento, mas a partir do momento em que se envolvem, me parece que Joss deixa de ser quem é.

Sim, ela tem traumas. E, sim, isso faz com que ela tenha certas teimosias, baseadas nesses traumas. Só que, após se envolver com o Braden, a teimosia dela se torna irritante, quase infantil. Além disso, ele se torna o “macho alpha”, mandando e desmandando nela, e ela acatando. Algum problema nisso? Para mim, nenhum, desde que a personagem tenha uma tendência submissa desde o início, mantendo-se coerente. Mas a Joss parece ter mudado seu comportamento independente da água para o vinho, aceitando que Braden controle sua vida e dizendo para si mesma que isso não é nada. Para alguém que sempre foi independente, é lógico que é muito. 

Senti falta do desenvolvimento dos personagens também. A autora centrou a história em Joss e Braden, e na irmã deste, Ellie. Mas a Joss tinha uma vida e amigos anteriores que, apesar de aparecerem no início do livro, depois somem, como se não fossem importantes. Por exemplo, Rhian; ela era a melhor a amiga da Joss antes dela se mudar para Dublin Street. Acompanhamos a ajuda que Joss deu à Rhian no que diz respeito ao relacionamento da amiga; acompanhamos quando uma revela seu passado à outra. E então... Rhian some de cena. É citada parcamente depois da metade do livro, no máximo, com Joss fazendo menção a falar bobeiras com ela no telefone. Em nenhum momento importante a autora utilizou Rhian como verdadeira amiga de Joss, mesmo depois de tudo o que construiu antes.

“Por mais um momento, durante o qual o único som que eu podia ouvir eram as batidas do meu coração, Rhian fungou.
– Eu acho que isso é o mais sincera que você já foi comigo.
– É o mais sincera que eu já fui com qualquer pessoa.
– Você sempre foi tão autocontrolada. Eu pensei que você estivesse bem. Eu pensava que você não precisava que ninguém se preocupasse com você...
Eu me acomodei de novo na cama, dando o meu próprio suspiro profundo.
– O ponto desse derramamento emocional a contragosto de toda essa merda não é fazer com que você se sinta culpada. Eu não preciso que ninguém se preocupe comigo. Esse é o meu ponto. Isso vai mudar um dia? Não sei. Eu não estou pedindo que isso mude. Mas, Rhian, quando você confiou a James toda a sua bagagem, você decidiu naquele dia que estava pedindo que alguém se preocupasse com você. Você estava cansada de ser sozinha.”

E um outro ponto que me irritou – e isso é mais pessoal mesmo – é a forma que a autora descreve os escritores. Joss está tentando ser uma escritora; até certo ponto, a autora acerta em dizer sobre os bloqueios de escrita que um jovem autor tem. Mas dá a impressão de que, para se tornar um escritor, você precisa de uma vida livre, sem trabalho cotidiano, sobrevivendo com um dinheiro de herança ou algo assim (como a Joss). E, convenhamos, apesar de essa ser uma situação ideal – quem não quer fazer o que ama, sem se preocupar com contas para pagar? –, não é a realidade dos autores. Os que conseguem muito sucesso, até podem viver de sua escrita; mas até lá, precisam ralar muito para se sustentar e fazer o que gosta como hobby, e não como carreira.

De toda forma, o livro é muito interessante. Como eu disse, o tratamento para a síndrome de pânico e a forma como Joss lida com seus traumas conseguem sustentar bem a obra inteira. Só acho que o envolvimento com Braden, uma vez iniciado, se deu de forma apressada e centrada demais, como se mais nada existisse no livro. Mas isso não tira os méritos do livro, por isso, indico a leitura para aqueles que gostam de um romance mesclado com seriedade :)

Até a próxima! o/

Izandra.